Imaginem uma ferida muito grave e aberta durante vários anos.
Após muito sangrar e doer, sem mais nem menos, resolvem curá-la com um Band-Aid, usando-se o método do esquecimento.
Como era de se esperar, esta ferida, por mais que se possa esquecê-la, provoca incômodos, dores, até mesmo infecções.
Certo dia, cansados de tanto incômodo provocado por ela, tentamos chamar um médico para tentar curá-la.
Contudo, este médico, mesmo com a possibilidade de curá-la, decide por voltar a colocar um Band-Aid e esquecê-la novamente.
Certamente, em um futuro não tão distante, esta ferida irá novamente incomodar, infeccionar, pois não foi curada, foi apenas esquecida.
Assim agiu o Supremo Tribunal Federal ao considerar, nesta quinta-feira (29/05/2010), válida a lei que anistiou (leia-se: perdoou) os torturadores e perseguidores da época negra da Ditadura Militar.
A ferida está aberta e, por alguns, esquecida.