Declaração

quinta-feira, 23/04/2009

Após os escândalos no Congresso, ACM Neto (DEM-BA) declarou: “Estão colocando nomes de pessoas sérias como bandidos! Acho que a imprensa quer fechar o Congresso”.

Vem à tona a famosa e lamentável retórica de culpar os delatores das infrações ao invés de responsabilizar os próprios infratores. Até quando haveremos de conviver com tamanha hipocrisia?


Beber pra esquecer

quinta-feira, 23/04/2009

Vi no Mulher de 30.


Repercussão

quinta-feira, 23/04/2009

Vejam a repercussão do bate-boca no STF:

CEZAR BRITTO, presidente do Conselho Federal da OAB (ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL):
“É lamentável a discussão pública e pessoal de ministros da Corte Suprema, pois apenas serve para aumentar a desconfiança do cidadão brasileiro em relação ao Poder Judiciário.”

FERNANDO MATTOS, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil):
“[A discussão] é uma reação à exposição exagerada do STF e da Justiça na mídia. A exposição na mídia tem enfraquecido o Poder Judiciário, trazendo descrédito. Temos que refletir até onde isso vai nos levar. É preciso melhorar a Justiça.”

JANICE ASCARI, procuradora da República:
“Concordo que ele [Mendes] está destruindo a Justiça em muitos modos. O ministro Joaquim Barbosa conseguiu verbalizar o que praticamente a nação inteira está pensando e teve a coragem de manifestar isso em uma sessão. O STF deixou de ser solene como era já faz tempo, são vários os bate-bocas. Muitas vezes o ministro Gilmar Mendes foi desrespeitoso com outros ministros e com o Ministério Público.”

ALBERTO TORON, advogado criminalista:
“O Supremo Tribunal Federal deve pautar suas discussões em torno de ideias e em torno de teses. Discussões podem ser ácidas, duras e contundentes, mas ofensas pessoais são inadmissíveis. Depois de receber uma agressão, o ministro Gilmar Mendes só poderia que responder. E não é a primeira vez que o ministro Joaquim Barbosa se envolve em casos assim na corte.”

FELIPE LOCKE, procurador e conselheiro do CNJ (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA):
“Isso é ruim para o Judiciário. Lamento qualquer tipo de bate-boca, lamento que as coisas tenham chegado a esse ponto. Todos os brasileiros lamentam que a Suprema Corte seja palco desse tipo de bate-boca.”

LUIZ FLÁVIO GOMES, ex-juiz e professor de direito:
“[A discussão é] horrível para a instituição. Denigre a imagem da Justiça, tira a credibilidade do Judiciário. É uma pena que isso aconteça, principalmente nesse momento, quando o Judiciário goza de uma boa credibilidade junto à população. É pernicioso.”


Num mexe no que é meu

quinta-feira, 23/04/2009

A decisão das direções das casas do Congresso mexeram com os ânimos de alguns parlamentares. Deputados e senadores afirmam que a direção está agindo por pressão popular, com a adoção de “medidas precipitadas” para restringir as viagens. Parlamentares subiram nas tribunas das duas Casas para classificar as medidas de “hipócritas”, “violentas”, “duras” e “acuadas”.

Algumas manifestações:

Silvio Costa (PMN-PE): “É uma decisão acuada. A Mesa Diretora tem que anunciar amanhã que não vai estar proibido a utilização das passagens para esposas, filhos e assessores”

Ciro Gomes (PSB-CE): “Estou aqui querendo me referir a essa sanha violenta, intimidatória. Estou defendendo uma questão republicana. Os americanos têm direito à passagem? Têm. O parlamento americano tem cartão sem limite para a viagem do parlamentar. A França tem custos pagos pelo contribuinte francês? Tem. A Suécia tem? Tem. A Dinamarca tem? Tem. Todos os parlamentos têm. Isso falta ser explicado ao povo brasileiro”.

Marconi Perillo (PSDB-GO): “Houve uma infelicidade em relação às medidas anunciadas na semana passada. As informações prestadas à população pela imprensa acabaram levando a medidas duras em relação à regulamentação. As decisões certamente foram tomadas em função da pressão popular”.

Almeida Lima (PMDB-SE): “Alguns vieram aqui dizer que essa resolução vem para clarear. Não é verdade. Essa resolução veio para normatizar o que já existe. As normas não eram obscuras, eram claras. Cada parlamentar tem uma cota de passagem por mês, de quem a Casa não pede prestação de contas. Ela é de uso exclusivo dos senadores”.

Reluto a crer que eles estejam certos e todo o povo brasileiro errado. Ainda bem que a Constituição diz que todo poder emana do povo…


Fim da farra

quinta-feira, 23/04/2009

Estão perdoados, mas nunca mais façam isto…

A frase acima resume o fim da discussão no Congresso acerca do uso da cota de passagens aérias.

Após a divulgação de que passagens aérias, constantes das cotas que cada parlamentar possui, estavam sendo cedidas a parentes, amigos e até a eleitores, formou-se uma grande pressão popular, que resultou na decisão (hoje) da regulamentação do uso; contudo, anistiaram o mau uso do recurso.

As cotas somente poderão ser usadas por parlamentares e assessores, após devidamente esclarecidos os motivos da viagem.

Houve algumas reações em contrário. O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) defendeu que a cota fosse utilizada também para um acompanhante. “Se a minha mulher precisar de uma viagem, não pode fazer também?”, questionou. “Daqui a pouco nós estamos recebendo vale-transporte”.

Lembra-se que a farra das passagens se mostrou insustentável quando foi revelado que todos os parlamentares a usavam com total falta de critério. Até mesmo Fernando Gabeira (PV-RJ), que integra um grupo de combate à corrupção, teria usado as passagens de forma abusiva.