Anistia

sexta-feira, 30/04/2010

Imaginem uma ferida muito grave e aberta durante vários anos.

Após muito sangrar e doer, sem mais nem menos, resolvem curá-la com um Band-Aid, usando-se o método do esquecimento.

Como era de se esperar, esta ferida, por mais que se possa esquecê-la, provoca incômodos, dores, até mesmo infecções.

Certo dia, cansados de tanto incômodo provocado por ela, tentamos chamar um médico para tentar curá-la.

Contudo, este médico, mesmo com a possibilidade de curá-la, decide por voltar a colocar um Band-Aid e esquecê-la novamente.

Certamente, em um futuro não tão distante, esta ferida irá novamente incomodar, infeccionar, pois não foi curada, foi apenas esquecida.

Assim agiu o Supremo Tribunal Federal ao considerar, nesta quinta-feira (29/05/2010), válida a lei que anistiou (leia-se: perdoou) os torturadores e perseguidores da época negra da Ditadura Militar.

A ferida está aberta e, por alguns, esquecida.