Meu primeiro contato com eleições ocorreu quando eu tinha oito anos.
Na época eu cursava o então chamado terceiro ano do grupo. A professora, buscando cativar seus alunos ao aprendizado, resolveu promover um “concurso” para eleger o caderno mais organizado, completo e bonito.
Privilegiando a Democracia, a educadora definiu que ganharia o caderno mais votado. Colocaram-se, então, todos os cadernos em fila, dando-se início ao pleito.
Visivelmente um caderno se destacava aos demais. Pertencia a uma menina muito dedicada e estudiosa. No entanto, como em toda classe, havia um menino muito popular, que angariava simpatia de muitos alunos.
Começada a eleição, grande partes dos alunos, dentre eles a maioria meninas, persuadiam os eleitores a votarem no caderno do menino popular, apesar dele não ser, nem de longe, o mais completo e organizado. Para minha surpresa fui convencido e também votei no caderno do rapaz.
Fim das votações, o caderno mais apoiado venceu com sobras o caderno mais preparado.
Anos mais tarde, revivendo mentalmente esta experiência, pude constatar que foi uma das mais importantes lições que tive. Desde aquela data a vida me ensinava que não é o mais preparado quem ganha eleições e sim o que tem mais apoio político.